sábado, 30 de março de 2013





A expectativa foi criada atempadamente, uma semana e tal antes do acontecimento. Como era de esperar houveram comentários a favor e contra em termos que foram dos mais razoáveis e apologéticos aos mais histéricos e desagradáveis. Os dias passaram e chegou o momento. Não direi que o país parou, mas possivelmente desde o mais desinteressado cidadão ao presidente da república, não devem ter resistido a visionar o acontecimento.
A coisa foi aladroada como sendo um programa de comentário político mas neste seu primeiro episódio revelou-se como um espaço para Sócrates se justificar do seu passado político recente e de acusações que lhe têm sido feitas. Hora e meia lhe foi concedida para tal. O dito comentário político virá agora nas próximas semanas.
Os dois jornalistas presentes para o entrevistarem mostraram-se nada menos que medíocres perante um José Sócrates bem preparado para o palco das imagens televisivas. Pareceram intimidados por ele, confundindo números, não conseguindo fazer com que respondesse concretamente a muitas perguntas, metendo os pés pelas mãos como se costuma dizer.
Ele, Sócrates, por seu lado, mostrou-se seguro mesmo não estando e sempre dominando as matérias que lhe interessava expor,  só falando do que queria. Não menos importante e já conhecidas, as expressões faciais que utiliza para demonstrar inocência, contrariedade e injustiça, por exemplo quando os entrevistadores o interrompem colocando perguntas.
Enfim, era o que se podia esperar de uma entrevista com este personagem, que deve ter sido exigida pelo próprio como condição para fazer os programas que se seguem, já que ele está consciente do quanto a estação tem a ganhar em audiências. Entrevista feita por dois jornalista da casa que o contratou, sendo um deles o director de programas, portanto o homem que deve ter tido a ideia de o fazer.
Mesmo querendo ver o acontecimento como mero espectáculo televisivo acho que não fica outra coisa que uma enorme maçada. Hora e meia feita de um sujeito com uma lição estudada a defender-se do seu passado e a falar a maior parte do tempo de números, uma maçada.
Uma ideia sobre a sociedade portuguesa, o contexto social europeu, o que nos reservam os dias futuros, nada. O que fez durante a sua vivência de quase dois anos em Paris? Nada de substancial disse igualmente. Já no final do programa quando é interrogado sobre o falado estudo a que se dedicou, mais uma vez divergiu e falou apenas do que lhe interessou.
Parabéns

segunda-feira, 4 de março de 2013

Alguém falou?


Falou, sem ler, sem teleponto, num tom indignado mas sem gritaria nem histerismo. Denunciou muitos dos podres do sistema político actual e do próprio sistema da Internacional Socialista, o aproveitamento que é feito dos jovens pelos partidos e associações política, da crise dos valores do fim de uma civilização, da mentira que envolve todos os gestos políticos, da fraca preparação dos líderes actuais, etc.

Tirando a internet, o silêncio à volta da presença da mulher e do conteúdo do discurso foi significativo. Houve até quem se apressa-se a descobrir-lhe falhas de comportamento social para anular o impacto da coisa. Não causa espanto – é a defesa dos medíocres neste reino mediático em que vivemos.