sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sei que não foi para isto que vim.
Mas como todos os outros tenho que me adaptar às directivas em vigor.
Se fosse há cinco séculos seria diferente.
Se fosse há cinco mil anos seria diferente.
Hoje é isto.

Mas o afastamento em relação ao que viemos
É cada vez maior
Aliás, já ninguém se lembra ao que veio.
Logo nos primeiros anos de vida tratam de nos meter
Na ficção que vigora
Mais empurrão, menos empurrão
Lá acertamos o passo.

Depois são as dores de cabeça
Os crimes sem sentido
O sexo sem sentido
A sensação de impotência
O mal-estar geral
Que nem todo o dinheiro do mundo resolve
Porque nos esquecemos daquilo a viemos
No meio de uma narrativa ficcional que nos condena aos dias