sábado, 26 de março de 2011

Neste sábado cinzento e humido uma dor de dentes fez com que me concentra-se todo em mim, esquecendo as dores do mundo, do povo portugues a esvair-se, do cheiro a napalm nos céus do Japão, do massacre cobarde a Kadafi, da politica de miséria nacional. Peço muita desculpa mas doem-me os dentes, agora. Amanhã será domingo todo o dia e se tudo correr bem carregarei a minha impotente solidariedade para com todos os problemas da vida.

quarta-feira, 23 de março de 2011

quarta-feira, 9 de março de 2011

Muito, muito pouco, muito gordo, muito fino ou ninguém.
Estranhos com faces como as costas de uma tachinha.
O exército correndo através de ruas de sangue,
acenando com garrafas de vinho.
Atirando e violando as virgens.
Ou um homem velho num quarto barato
com uma foto de Marilyn Monroe.

Há uma solidão nesse mundo tão grande
Que é possível vê-la em câmara lenta,
Nas mãos de um relógio.

Pessoas tão cansadas, mutiladas por amor,
Ou pelo não amor.
As pessoas não são boas umas com as outras
Os ricos não são bons com os ricos
E os pobres não são bons como os outros pobres.

Nós estamos com medo.
Nosso sistema educacional diz-nos que todos nós
podemos ser esses malditos vencedores.
Nada nos foi dito sobre os marginais ou os suicidas.
Ou o terror de uma pessoa que agoniza sozinha.
As contas vão balançar.
As nuvens serão nuvens e o assassino decapitará uma criança
como se desse uma mordidela num cone de sorvete.
C. Bukowski

quarta-feira, 2 de março de 2011

"Descobri`há muito tempo que é a ociosidade que engendra todas as nossas virtudes mais suportáveis: a contemplação; a equidade; o deixar em paz os outros. Acima de tudo a boa digestão, mental e fisíca. A inteligência de concentrar a nossa atenção nos prazeres da carne: comer; defecar; fornicar e sentar ao sol. Não há nada melhor, nada que se possa comparar no mundo, no pouco tempo que vivemos a: respirar, estar vivo e sabê-lo."
William Faulkner